A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou na sexta-feira (25) o acionamento da bandeira vermelha nível 2 para o mês de agosto, o que significa um novo aumento na conta de luz dos brasileiros. O sistema de bandeiras tarifárias, criado para alertar o consumidor sobre o custo real da geração de energia, prevê agora um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
O principal motivo para a mudança é o baixo volume de chuvas registrado em todo o país, que reduziu significativamente o nível dos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta que as chuvas previstas para agosto estão abaixo da média em todas as regiões, com destaque para o Nordeste, que deve receber apenas 47% do volume esperado, e o Sudeste/Centro-Oeste, com 76%. Diante desse cenário, o país precisa acionar as usinas termelétricas, que têm custo de geração mais elevado.
A Aneel destaca que o sistema de bandeiras tarifárias foi implementado para dar mais transparência ao consumidor e incentivar o uso consciente da energia. Antes, os custos extras só eram repassados nos reajustes anuais, sem aviso prévio. Agora, a cada mês, a agência avalia as condições de geração e define a cor da bandeira, que pode ser verde (sem acréscimo), amarela, vermelha patamar 1 ou vermelha patamar 2.
O impacto do aumento é sentido diretamente no orçamento das famílias. Uma residência com consumo médio de 200 kWh por mês terá um acréscimo de cerca de R$ 15,74 na fatura. Segundo o Banco Central, a definição da bandeira tarifária pode adicionar de 2% a 10% ao valor da tarifa básica de energia, influenciando também a inflação oficial do país.
Nas redes sociais, consumidores manifestaram insatisfação com o novo aumento e cobraram mais transparência sobre os custos das termelétricas. Especialistas e portais de economia recomendam medidas para reduzir o impacto, como desligar aparelhos em stand-by, aproveitar a luz natural e evitar o uso excessivo de eletrodomésticos de alto consumo.
A Aneel informou que seguirá monitorando o cenário hidrológico e que novas definições sobre as bandeiras podem ocorrer nos próximos meses, de acordo com a evolução das chuvas e dos reservatórios.