Um avanço significativo na medicina protética foi divulgado por pesquisadores na revista Science: o desenvolvimento de um joelho biônico capaz de se integrar diretamente aos tecidos do usuário. Essa nova tecnologia visa aprimorar a qualidade de vida de pessoas amputadas, oferecendo maior velocidade ao caminhar, facilidade para subir escadas e habilidade para desviar de obstáculos.
Como a prótese funciona
Diferentemente de modelos convencionais, que se encaixam no membro residual, a prótese desenvolvida pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) é ancorada ao osso e conectada aos músculos do usuário. Essa integração direta com a fisiologia humana, conforme explicado por
Hugh Herr, codiretor do Centro de Biônica K. Lisa Yang do MIT
, transforma o dispositivo de uma ferramenta inerte em um sistema incorporado ao corpo.
Dois participantes do estudo relataram ao portal MedicalExpress uma sensação de que a prótese era uma parte mais natural de seus corpos em comparação com outras próteses.
Inovação e benefícios para o usuário
A nova prótese, batizada de OMP, é implantada através de uma haste de titânio no osso da perna amputada, substituindo os encaixes muitas vezes desconfortáveis das próteses tradicionais. O sistema inclui fios e eletrodos que captam sinais dos músculos remanescentes, enviando-os a um controlador robótico que calcula a força necessária para o movimento desejado.
Tony Shu, autor do estudo
, destacou que “Todas as partes trabalham juntas para melhorar a comunicação entre corpo e dispositivo.”
Em testes, dois usuários da OMP demonstraram desempenho superior a um grupo de 15 amputados utilizando próteses convencionais, apresentando melhor equilíbrio, mobilidade e percepção do dispositivo como parte integral do corpo. A aprovação pela FDA (órgão regulador de saúde pública dos Estados Unidos) ainda dependerá de testes clínicos mais amplos, processo que pode levar até cinco anos.