O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu todas as suas atividades públicas e deve permanecer em repouso completo ao longo de todo o mês de julho. A medida, anunciada nesta terça-feira (1º) por meio de um comunicado médico, decorre de uma consulta de emergência.
Bolsonaro, de 70 anos, tem apresentado quadros recorrentes de soluços e vômitos, sintomas que, em algumas ocasiões, o impedem de se comunicar. A nota, assinada pelo próprio ex-presidente, foi divulgada publicamente pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em uma rede social.
Impacto na Agenda Política
Com a determinação médica, compromissos previamente agendados em Santa Catarina e Rondônia foram cancelados. Além disso, Bolsonaro já havia desistido de comparecer a um evento na Câmara dos Deputados, no Distrito Federal, que marcaria o lançamento do PL60+.
A condição de saúde do ex-mandatário é observada de perto, especialmente após sua participação em uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (29). Na ocasião, o ato, que protestava contra o Supremo Tribunal Federal (STF) com o lema “justiça já”, incluiu um discurso de aproximadamente 30 minutos de Bolsonaro em um trio elétrico, sob sol intenso.
Histórico de Saúde
O ex-presidente possui um histórico de intercorrências abdominais. Em abril, ele se submeteu à sua sexta e mais extensa cirurgia no abdômen desde o ataque a facada sofrido durante a campanha eleitoral de 2018. O procedimento durou cerca de 12 horas.
Anteriormente, Bolsonaro permaneceu internado por 21 dias após sentir-se mal durante um compromisso no interior do Rio Grande do Norte. Poucos dias após receber alta, ele participou de um ato público em Brasília. Episódios de mal-estar e crises de soluços são frequentes, como o ocorrido em uma entrevista a uma rádio na semana passada.
Julgamento no STF
A determinação de repouso interfere nos planos do ex-presidente de manter sua base política mobilizada. A proximidade do julgamento no STF do processo referente à alegada trama golpista é um fator relevante. O caso encontra-se em sua fase decisiva, de alegações finais, e a expectativa na corte é que esteja pronto para ser julgado em setembro.