Pesquisadores da Austrália e da China desenvolveram um novo tipo de bioplástico refletivo capaz de diminuir o consumo de energia em edificações em até 20%. O material, detalhado em um estudo publicado na revista Cell Reports Physical Science, é feito a partir de derivados de plantas e promete manter ambientes mais frescos ao refletir quase 99% da luz solar.
O bioplástico inovador foi concebido para atender à crescente demanda por soluções de resfriamento, especialmente em períodos de calor intenso. Ele utiliza ácido polilático (PLA), substância obtida através da fermentação de vegetais ricos em amido, marcando um avanço significativo em alternativas sustentáveis para a construção civil.
Propriedades e Funcionamento
A alta capacidade de reflexão do bioplástico deve-se a uma técnica de separação em baixa temperatura. Quando aplicado como uma película sobre os edifícios, o material tem a capacidade de desviar a maior parte da radiação ultravioleta (UV) do sol. Isso permite que o calor seja direcionado para fora do ambiente, mantendo o interior com uma temperatura inferior à do ar externo.
“Ao contrário das tecnologias de resfriamento convencionais, esse metafilme não requer eletricidade ou sistemas mecânicos”, explicou Xianhu Liu, coautor do estudo.
Impacto em Testes e Sustentabilidade
Em ambientes controlados de laboratório, o bioplástico demonstrou reduções de temperatura de até 9,2 ºC. Em avaliações realizadas em condições reais, a média de diminuição foi de 4,9 ºC durante o dia e 5,1 ºC no período noturno, conforme os resultados da pesquisa.
Uma simulação equivalente a oito meses de exposição à radiação UV externa indicou que o material manteve seu potencial de resfriamento em até 6,5°C. A equipe de cientistas projeta que, em locais como Lassa, no Tibete, seria possível reduzir o uso de ar-condicionado em 20,3%.
“Nosso metafilme oferece uma alternativa ecologicamente correta ao ar-condicionado, o que contribui significativamente para as emissões de carbono”, completou Yangzhe Hou, autor principal do estudo. “Ao utilizar PLA biodegradável, apresentamos uma alternativa verde que oferece alta refletância solar, alta emissão térmica, sustentabilidade e durabilidade.”