A taxa de desemprego no Brasil recuou para 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, configurando o menor índice registrado para este período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), iniciada em 2012. O resultado representa uma queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, quando a taxa estava em 6,8%, e redução de 1,0 ponto percentual comparado ao mesmo período de 2024, que registrava 7,1%.
O número de pessoas desocupadas totalizou 6,8 milhões no período, representando uma diminuição de 8,6% em relação ao trimestre anterior e queda de 12,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Essa redução significa que 644 mil pessoas saíram da condição de desemprego no último trimestre e 955 mil em relação ao mesmo período de 2024.
Mercado de trabalho no melhor momento da década
O analista da pesquisa do IBGE, William Kratochwill, destacou que o mercado de trabalho brasileiro está vivendo seu melhor momento dos últimos dez anos. O especialista comparou o cenário atual com o final de 2014 e início de 2015, período em que o país registrava números similares de pessoas desocupadas.
O total de pessoas ocupadas chegou a 103,9 milhões, representando alta de 2,5% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O nível de ocupação subiu de 58% para 58,5%, enquanto a taxa de subutilização da força de trabalho caiu de 15,7% para 14,9%.
Emprego formal atinge patamar histórico
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu novo recorde, chegando a 39,8 milhões de pessoas. O resultado representa estabilidade em relação ao trimestre anterior e crescimento de 3,7% na comparação anual, consolidando a tendência de formalização do mercado de trabalho brasileiro.
A taxa de informalidade também apresentou melhora, recuando de 38,6% para 37,8%. Destaque especial para o aumento dos trabalhadores por conta própria com CNPJ, que cresceram 3,7% frente ao trimestre anterior e 8,4% na comparação com 2024.
Redução do desalento e melhoria salarial
O número de pessoas desalentadas – aquelas que desistiram de procurar emprego por desmotivação – caiu para 2,89 milhões, o menor patamar desde 2016. Essa redução de 10,6% em relação ao trimestre anterior e 13,1% ante o mesmo período de 2024 reflete a melhoria das condições do mercado de trabalho.
O rendimento médio habitual dos trabalhadores ficou em R$ 3.457, mantendo-se praticamente estável no trimestre, mas com alta de 3,1% frente ao mesmo período de 2024. A massa de rendimentos atingiu R$ 354,6 bilhões, o maior valor da série histórica, com avanço de 1,8% no trimestre e 5,8% na comparação anual.
Entre os setores econômicos, apenas administração pública, educação e saúde mostraram crescimento frente ao trimestre anterior. Na comparação anual, cinco setores ampliaram a ocupação, com destaque para comércio, indústria e transporte, enquanto a agropecuária perdeu 307 mil postos de trabalho.