Três mulheres da mesma família foram encontradas mortas em um apartamento no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte, no início de maio. A Polícia Civil concluiu que Daniela Antonini, de 42 anos, provocou a morte da própria mãe, Cristina Antonini, de 68, e da filha, Giovana Antonini, de um ano e sete meses, antes de tirar a própria vida. Uma carta deixada por Daniela revelou o desespero e as dificuldades enfrentadas pela família nos últimos anos.
Os corpos foram localizados após a avó paterna da criança, preocupada com a falta de contato, acionar a síndica do prédio. Ao chegar ao apartamento, a síndica sentiu um forte odor e, com a ajuda da Polícia Militar, entrou no imóvel, onde encontrou as três vítimas no mesmo quarto, junto aos corpos de quatro cães da família. O ambiente estava vedado, com bandejas e uma churrasqueira com carvão queimado, o que, segundo a perícia, causou intoxicação por monóxido de carbono.
No bilhete encontrado pela polícia, Daniela relatou anos de sofrimento, dificuldades financeiras e pediu desculpas pelo ocorrido. “Foram dois anos de desespero. Acabou. Levo comigo os que dependem de mim e arcarei com as consequências espirituais”, escreveu. Ela também mencionou ter apenas R$ 0,07 na conta e dívidas acumuladas, além de relatar o isolamento social e a falta de apoio.
A investigação apontou que Daniela sofria de depressão desde a juventude, com histórico de tentativas de suicídio e agravamento do quadro após o nascimento da filha. Apesar das dificuldades, a criança recebia cuidados e havia apoio financeiro de familiares paternos e de programas públicos. A delegada responsável pelo caso afirmou que a ação foi planejada e caracterizada como homicídio seguido de suicídio.
A advogada da família, em declarações à imprensa, destacou que Daniela vinha enfrentando problemas de saúde mental e que buscava ajuda, mas não conseguiu superar o quadro de sofrimento. Segundo a advogada, a família paterna da criança também prestava auxílio financeiro e tentava manter contato, mas o isolamento social dificultava o acompanhamento mais próximo da situação.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que concluiu o inquérito e pediu o arquivamento, diante da morte da autora.
