A iminente formação de uma federação nacional entre o Solidariedade e o Partido da Renovação Democrática (PRD) tem gerado debates nos diretórios estaduais, com destaque para a Bahia. Paulinho da Força, presidente nacional e fundador do Solidariedade, defende que a liderança da futura federação no estado seja assumida pelo deputado estadual Luciano Araújo, que atualmente preside o Solidariedade na Bahia.
Disputa pela Presidência
Apesar da posição de Paulinho da Força, que também é deputado federal por São Paulo, há uma inclinação para que o diretório baiano da federação seja presidido por Marcinho Oliveira, do União Brasil, cuja filiação ao PRD está em andamento. Questionado sobre a escolha entre Oliveira e Araújo, Paulinho da Força reiterou que o comando deveria ser de seu correligionário.
Entretanto, o deputado estadual Pancadinha, do Solidariedade e colega de Luciano Araújo na Assembleia Legislativa da Bahia, afirmou nesta quinta-feira (26) que a liderança na Bahia deve, de fato, ficar com Marcinho Oliveira, por meio de uma “parceria” com Araújo. Anteriormente, o chefe de gabinete da Prefeitura Municipal de Salvador, Francisco Elder, que preside o PRD na Bahia, chegou a ser considerado para a presidência, mas essa possibilidade foi descartada, conforme informações de um filiado.
Formação da Aliança Partidária
A formalização da federação entre Solidariedade e PRD ocorreu na quarta-feira (25). A união das siglas resulta em um total de dez parlamentares, fortalecendo a atuação da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com o Solidariedade ainda mantendo cargos na estrutura federal.
Esta aliança estratégica busca diminuir a fragmentação no Congresso Nacional e assegurar o cumprimento da cláusula de barreira a partir de 2026, que exige um mínimo de 13 deputados eleitos em pelo menos nove estados para que os partidos tenham acesso a fundo partidário e tempo de TV. A federação será liderada por Ovasco Resende, ex-presidente do Patriota, partido que se uniu ao PTB para criar o PRD em 2023.
Apesar de ter integrado a coligação de Lula nas eleições de 2022, o Solidariedade tem demonstrado um distanciamento progressivo do governo desde o início deste ano. Paulinho da Força tem adotado uma postura crítica, chegando a apoiar a solicitação para a instalação de uma CPI sobre fraudes no INSS.
“Hoje já atuamos contra o governo na Câmara”
, declarou o parlamentar.