A inteligência artificial (IA) redefine o cenário educacional, influenciando desde o planejamento de aulas até a experiência prática de aprendizado dos estudantes. Embora prometa aprimorar atividades repetitivas, individualizar o ensino e expandir o acesso ao conhecimento, a inserção da IA na educação suscita questionamentos cruciais sobre a função do educador, a dimensão afetiva da aprendizagem e a preservação do senso crítico dos alunos.
Estudos da consultoria McKinsey revelam que até 40% do tempo dos docentes em atividades rotineiras poderia ser otimizado por ferramentas de IA, reduzindo pela metade o tempo de preparação de aulas. A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) enfatiza o potencial da IA para personalizar a educação e facilitar o acesso a ela para alunos com necessidades especiais.
O papel do educador
Para Fábio Ferreira, professor da disciplina Iniciativa Maker no Colégio Cândido Portinari, essa transformação transcende a tecnologia, focando na dimensão humana do processo. Ele ressalta que:
A aprendizagem é um processo afetivo e relacional, que envolve troca de afetos e desenvolvimento socioemocional.
Ferreira também alerta sobre o risco da dependência excessiva da tecnologia:
Quando o estudante recebe respostas prontas, tende a se acomodar e perder criatividade.
Essa acomodação pode atrofiar a capacidade de questionar e inovar, habilidades consideradas fundamentais para o desenvolvimento integral do indivíduo.
Com a IA projetada para criar cerca de 133 milhões de empregos até 2030, especialmente em áreas que demandam criatividade e competências sociais, a escola mantém a responsabilidade de formar cidadãos críticos, éticos e preparados para os desafios futuros. Fábio Ferreira conclui que:
Enquanto houver educação, haverá a necessidade da presença humana no processo, pois nenhuma inteligência artificial pode substituir a complexidade das relações, o exemplo e a mediação do conhecimento que o professor oferece.