O cantor Adelmário Coelho, ícone do forró tradicional, é uma das atrações do São João no Pelourinho, em Salvador, neste domingo (23). Em meio à agitada temporada junina, o artista concedeu entrevista e compartilhou memórias do começo de sua trajetória, incluindo um episódio de 1994 que o marcou profundamente.
Primeiro, o músico abordou a dinâmica da cultura do forró. Ele enfatiza que, apesar de não desejável, a natureza sazonal do gênero é uma realidade. “Virou a chave do Carnaval, aí o forró entra em campo. Em março e abril potencializa, em maio abre mais tração e em junho, explode”, detalhou. A intensidade do período junino reflete-se na sua rotina: “Se tem uma demanda muito grande, eu estou há quase 30 dias sem ir em casa, fazendo dois shows por noite, priorizando a entrega e a qualidade”, afirmou Coelho.
Marcando a Trajetória
Questionado sobre apresentações que se destacaram em sua história, Adelmário recordou um incidente ocorrido em 1994, logo nos primeiros anos de sua carreira. A situação inusitada aconteceu durante uma noite de forte chuva, enquanto se deslocava entre as cidades de Curaçá e Andorinhas, no interior da Bahia.
“Em 1994, quando eu estava começando minha carreira, eu fiz dois shows em uma noite. Um em Curaçá, minha terra, e outro em Andorinhas. Na época, não andávamos de ônibus, andávamos de Veraneio. O prefeito mandou nos buscar lá em Curaçá. Faltando seis quilômetros para Andorinhas, a Veraneio faltou gasolina. De madrugada, no escuro, um breu, chovendo… Chegamos naquele estado! Aí, evidentemente, não deu para realizarmos o show naquela noite”, contou o cantor.
O artista explicou que o prefeito de Andorinhas compreendeu a situação e remarcou a apresentação para o dia seguinte. “Mas isso me marcou muito, logo nos primeiros passos da caminhada do forrozeiro”, revelou Adelmário Coelho, ressaltando o impacto do ocorrido em sua formação profissional.
Para a performance na capital baiana, Adelmário Coelho optou por levar sua família, que o acompanha de perto. Com seu estilo característico e repertório tradicional, o forrozeiro promete uma noite de forró autêntico para o público presente no Pelourinho.