O câncer de pâncreas é considerado um dos tumores mais letais do mundo, com alta taxa de mortalidade e diagnóstico geralmente tardio. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2020, a doença foi responsável por mais de 11 mil mortes no Brasil, sendo o sétimo tumor mais mortal entre homens e o quinto entre mulheres.
A principal dificuldade está no fato de que os sintomas iniciais costumam ser vagos e facilmente confundidos com outros problemas de saúde. No entanto, reconhecer os primeiros sinais pode ser fundamental para buscar ajuda médica e aumentar as chances de sucesso no tratamento.
Sinais de alerta: o que observar
Entre os sintomas mais comuns do câncer de pâncreas estão a icterícia (amarelamento da pele e dos olhos), dor abdominal persistente, urina escura, fezes claras, perda de apetite e emagrecimento inexplicável. A icterícia, presente em cerca de 75% dos casos, ocorre principalmente quando o tumor está localizado na cabeça do pâncreas e provoca obstrução biliar.
Outros sinais importantes incluem fadiga intensa, sensação de fraqueza, náuseas, vômitos frequentes e dor que pode irradiar para as costas. O surgimento repentino de diabetes ou a piora de um quadro já existente também pode ser um indicativo, já que o pâncreas é responsável pela produção de insulina.
Fatores de risco e prevenção
Diversos fatores aumentam o risco de desenvolver câncer de pâncreas, como tabagismo, obesidade, diabetes, pancreatite crônica e exposição prolongada a produtos químicos. Uma alimentação rica em gorduras e pobre em vegetais também contribui para o risco. Aproximadamente 10% a 15% dos casos têm origem genética, mas a maioria está relacionada ao estilo de vida.
Para reduzir as chances de desenvolver a doença, especialistas recomendam evitar o cigarro, manter o peso adequado, praticar atividades físicas regularmente e adotar uma alimentação equilibrada. A atenção aos sintomas e a realização de exames médicos em caso de suspeita são essenciais para o diagnóstico precoce.
Diagnóstico precoce faz diferença
O câncer de pâncreas raramente é detectado em estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores. Por isso, é fundamental procurar um médico ao notar qualquer alteração persistente no corpo, especialmente se houver fatores de risco associados. Exames como tomografia, ressonância magnética e biópsias podem ser indicados para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes.
Segundo especialistas, a taxa de sobrevida em cinco anos pode chegar a 43,9% quando o diagnóstico é feito precocemente, mas cai para menos de 5% em casos avançados.
No momento, campanhas de conscientização e acesso facilitado a exames são apontados como estratégias fundamentais para aumentar o diagnóstico precoce e melhorar o prognóstico dos pacientes.