Um estudo recente liderado por um pesquisador brasileiro da Agência Espacial Americana (NASA), Denny Oliveira, revela que a intensa atividade solar está acelerando a queda de satélites na órbita da Terra. O fenômeno impacta especialmente os equipamentos da megaconstelação Starlink, da SpaceX, e levanta questões sobre o controle do tráfego espacial. A pesquisa analisou mais de 500 reentradas de satélites Starlink entre os anos de 2020 e 2024, período marcado por tempestades solares.
Impacto na Vida Útil e Monitoramento
A atividade do Sol, que segue ciclos naturais de aproximadamente 11 anos, libera explosões de partículas carregadas e radiação durante suas fases mais intensas. Essas emissões interagem com o campo magnético e a atmosfera terrestre, gerando as chamadas tempestades geomagnéticas. Tais tempestades alteram significativamente as condições atmosféricas em baixas altitudes, onde operam milhares de satélites, incluindo os cerca de 6.750 componentes da rede Starlink.
As alterações atmosféricas causadas pelas tempestades solares aumentam o arrasto sobre os satélites em órbita baixa, diminuindo sua vida útil e acelerando a reentrada na atmosfera terrestre. O aumento das reentradas inesperadas representa um desafio crescente para os sistemas de controle do tráfego espacial, pois dificulta o monitoramento e a adoção de medidas preventivas para evitar colisões ou incidentes.
A pesquisa de Oliveira também apontou a complexidade em prever o comportamento de reentrada dos satélites Starlink devido à variedade de seus modelos. Existem diferenças em tamanho, peso e formato que influenciam diretamente a resistência ao arrasto atmosférico.
Riscos e o Futuro Espacial
A localização das reentradas é um ponto de atenção crucial, visto que a queda de fragmentos em áreas habitadas poderia resultar em acidentes. A relevância do trabalho de Denny Oliveira transcende a constelação Starlink, aplicando-se a todos os satélites em órbita baixa, que estão sujeitos aos mesmos efeitos da atividade solar.
O estudo é considerado fundamental para o avanço da navegação, comunicação e monitoramento espacial no futuro, fornecendo dados essenciais para o planejamento e a segurança das operações no espaço.