Uma pesquisa recente do instituto Ipsos-Ipec aponta que a maioria dos brasileiros expressa insatisfação com a maneira como o governo federal tem lidado com as denúncias de fraudes e descontos indevidos nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Divulgado nesta segunda-feira (16), o estudo revela que 54% da população avalia a atuação da gestão atual como “ruim” ou “péssima”.
O levantamento, realizado entre os dias 5 e 9 de junho, entrevistou 2.000 pessoas em 132 municípios, com um nível de confiança de 95%. A questão central da pesquisa abordou a responsabilidade pelas irregularidades na previdência, em um cenário de embate político entre o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujas administrações trocam acusações sobre a origem e o avanço dos problemas.
Percepções e Responsabilidades
Embora a avaliação negativa recaia predominantemente sobre o governo Lula, a pesquisa mostra uma divisão de percepções sobre a culpa pelas fraudes. Quando questionados sobre qual sentença concordavam mais, 43% dos entrevistados afirmaram que “o governo Lula é responsável pela escalada do problema, porque os valores das fraudes dispararam na sua gestão”.
Por outro lado, 35% da população concordaram com a afirmação de que “o esquema de fraudes no INSS começou no governo Bolsonaro e só foi descoberto porque o governo Lula investigou o caso”. Apenas 6% dos participantes concordaram com ambas as sentenças, enquanto 4% não concordaram com nenhuma. Uma parcela de 12% não soube ou não respondeu à questão.
Variações Regionais e Etárias
A análise dos dados por região do país revela diferenças na percepção da atuação governamental. No Nordeste, 31% dos entrevistados consideram a resposta do governo Lula satisfatória. Contudo, essa taxa diminui consideravelmente em outras regiões: no Sul, o índice de satisfação é de 18%, e no Sudeste, de 16%.
A pesquisa também detalha as opiniões por faixa etária, destacando que o grupo mais afetado pelos descontos indevidos, os maiores de 60 anos, demonstra uma insatisfação notável: 36% classificaram a atuação do governo como “péssima” e 8% como “ruim”. Curiosamente, a percepção de “péssima” é ainda maior entre brasileiros de 25 a 34 anos, enquanto a classificação “ruim” se sobressai na faixa etária de 16 a 24 anos.