Os plásticos se tornaram um grande desafio ambiental em todo o mundo. Mas pesquisadores do Riken Center for Emergent Matter Science, no Japão, em colaboração com a Universidade de Tóquio e a Universidade de Tecnologia de Eindhoven, nos Países Baixos, fizeram uma descoberta que pode mudar essa realidade. Eles desenvolveram um novo plástico que se dissolve completamente na água do mar em poucas horas e não deixa resíduos de microplásticos, o que pode ajudar na luta contra a poluição.
Como funciona a degradação
O estudo, publicado na revista Science, descreve a criação de um plástico supramolecular. Ele é formado pela combinação de dois monômeros iônicos: o hexametafosfato de sódio, um aditivo alimentar comum, e monômeros baseados em íon guanidínio. Estas moléculas formam ligações reversíveis fortes chamadas “pontes salinas”, que garantem a alta resistência do material.
Ao entrar em contato com os eletrólitos presentes na água salgada, no entanto, o material se desfaz rapidamente. Os pesquisadores explicam que a degradação total do produto acontece em aproximadamente 8 horas. Basta uma pequena fissura na superfície para que a água entre, permitindo que todo o material se dissolva sem liberar pequenas partículas, evitando a contaminação da fauna e da cadeia alimentar com microplásticos.
Outra vantagem do novo plástico é que sua degradação libera nutrientes como fósforo e nitrogênio, que podem beneficiar ecossistemas terrestres. Durante os testes, a equipe também identificou que o material não é tóxico ou inflamável, tornando-o seguro para diversas aplicações.
Aplicações e futuro
Por poder ser moldado em diversas formas, a ideia é que o novo material possa ser utilizado em aplicações médicas e impressões 3D. O objetivo principal, no entanto, é que ele possa substituir os plásticos convencionais em embalagens, utensílios descartáveis e outros produtos do dia a dia. Os pesquisadores agora trabalham para ampliar a produção em escala industrial e testar a resistência do plástico em diferentes condições ambientais. A expectativa é que essa inovação traga grandes benefícios para a preservação dos oceanos e ecossistemas terrestres.