A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que, a partir de junho de 2025, as contas de luz de todo o país passarão a ser calculadas com a bandeira tarifária vermelha, patamar 1. Com a medida, os consumidores terão um custo extra de R$ 4,463 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, o que representa um aumento significativo nas faturas de energia elétrica.
Segundo a Aneel, a decisão foi motivada pelo cenário de afluências abaixo da média em todo o Brasil, conforme apontado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A redução das chuvas diminuiu o volume de água nos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração de energia do país. Com isso, será necessário acionar usinas termelétricas, que possuem custo de produção mais elevado, impactando diretamente o valor repassado ao consumidor final.
O sistema de bandeiras tarifárias, criado em 2015, tem como objetivo sinalizar ao consumidor o custo real da geração de energia elétrica em cada período. Quando a bandeira está verde, não há cobrança adicional. Na bandeira amarela, o acréscimo é de R$ 1,885 a cada 100kWh, enquanto a bandeira vermelha patamar 1, agora em vigor, representa um acréscimo de R$ 4,463. Caso a situação se agrave, o patamar 2 pode ser acionado, elevando o valor extra para R$ 7,877 a cada 100 kWh.
A Aneel alerta que, caso as condições climáticas desfavoráveis persistam, as bandeiras tarifárias podem oscilar entre o patamar amarelo e o vermelho até o fim do ano. Especialistas recomendam que os consumidores adotem medidas de economia, como reduzir o tempo de banho, desligar aparelhos eletrônicos quando não estiverem em uso e optar por equipamentos mais eficientes.
A decisão afeta todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional, que abrange a maior parte do território brasileiro. Desde dezembro de 2024, a bandeira tarifária estava verde, devido às condições favoráveis de geração, mas a piora no cenário hídrico levou à necessidade de mudança.
A Aneel reforça que o sistema de bandeiras não cria um novo custo, mas torna mais transparente o repasse dos custos de geração, incentivando o uso consciente da energia elétrica.