Imagine descobrir um sepultamento de quase dois mil anos onde hoje fica a Croácia. O local revelou um enigma histórico: o enterro duplo de bebês gêmeos romanos, um menino e uma menina, dispostos um de frente para o outro. Por anos, a causa da morte dessas crianças intrigou especialistas, mas agora, uma nova pesquisa traz uma possível resposta.
Um estudo publicado no *Journal of Archaeological Science: Reports* aponta para uma hipótese sombria. E se a morte misteriosa desses gêmeos, encontrados no cemitério Dragulin escavado em 2016, tiver sido causada por algo comum na Roma antiga: envenenamento por chumbo?
O local e a data da descoberta
Na época do Império Romano, a região do cemitério Dragulin fazia parte da província da Ilíria. Análises indicam que o enterro ocorreu entre o final do século I e o final do século II depois de Cristo. Exames de DNA antiga foram cruciais, confirmando que os bebês eram de fato gêmeos. A análise também sugere que eles podem ter morrido com apenas cerca de dois meses de idade.
Por que o chumbo é o culpado?
O chumbo estava muito presente na vida cotidiana dos romanos, usado em canos de água, panelas de cozinha e até como aditivo em alimentos e bebidas. As condições observadas nos esqueletos dos gêmeos reforçam a teoria, mostrando sinais compatíveis com exposição ao chumbo, como aumento da porosidade óssea.
Como o chumbo pode ter afetado bebês tão pequenos? O material é capaz de prejudicar processos essenciais do corpo. A hipótese mais forte é que o chumbo tenha sido transmitido para os gêmeos ainda durante a gravidez ou através do leite materno após o nascimento.