Você se lembra da fuga em massa que aconteceu no presídio de Eunápolis? Já se passaram mais de 160 dias desde aquela noite de 12 de dezembro, quando 16 detentos conseguiram escapar do Conjunto Penal. A situação ainda é delicada, pois 15 desses foragidos continuam longe das autoridades. Entre eles está Edinaldo Pereira Souza, conhecido como Dadá, apontado como líder de uma facção local ligada ao Comando Vermelho.
Desdobramentos da Fuga
Um dos fugitivos, Anailton Souza Santos, de 28 anos, foi encontrado e morreu durante um confronto com policiais. Outras cinco pessoas envolvidas na invasão do presídio também tiveram desfechos diferentes: dois foram presos logo em seguida e três morreram em confronto nos dias que se seguiram.
A repercussão do caso levou a Secretaria Administração Penitenciária e Ressocialização a afastar a direção do presídio. A diretora, o diretor-adjunto e o coordenador de segurança saíram de seus cargos. Mais tarde, em janeiro, a diretora e o coordenador de segurança foram presos sob acusação de ajudar na fuga.
Novos Desafios e Segurança Reforçada
O policial penal Jorge Magno Alves Pinto assumiu a direção interina após os afastamentos. No entanto, um atentado no final de maio tentou atingir o novo diretor. Um motorista do presídio acabou baleado e ficou gravemente ferido, mas se recuperou.
A resposta das forças de segurança foi rápida. Um dos homens apontados como executor do atentado, José Rubens Alves de Assis Filho, o Rubão, foi preso um dia depois. A namorada dele, Letícia Rodrigues, também foi detida durante a operação.
Por causa dessa nova ocorrência, o presídio agora está sob a gestão do Grupo Especializado em Operações Prisionais, o Geop. E as novidades não param por aí: o governo federal autorizou a atuação da Força Penal Nacional no local por um mês. O objetivo é dar apoio logístico e supervisionar o trabalho administrativo.
Vale falar sobre a situação da unidade: o Conjunto Penal de Eunápolis abriga hoje 601 presos, bem mais do que as 457 vagas disponíveis. Essa superlotação reflete um cenário maior, já que a Bahia está entre os dez estados com mais pessoas no sistema carcerário do Brasil. São Paulo lidera a lista, com números bem acima dos demais estados. Outros estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul também aparecem no topo do ranking.
Já na outra ponta, estados como Amapá, Roraima, Tocantins, Alagoas e Amazonas registram as menores populações carcerárias do país.