Uma notícia movimenta o mercado de tecnologia. O governo americano, ainda sob a gestão Trump, determinou que empresas de software essenciais para a criação de semicondutores parem de vender suas ferramentas para grupos chineses. Gigantes do setor como Synopsys, Cadence e Siemens EDA receberam a ordem, segundo o Financial Times.
A intenção por trás da medida é clara: frear o avanço da China no desenvolvimento de chips para inteligência artificial. Essa ação marca mais um capítulo na intensa disputa tecnológica entre os dois países. Ela segue outras restrições já impostas, como a proibição da exportação de chips avançados da Nvidia.
O software de automação de projetos eletrônicos, conhecido como EDA, é fundamental para projetar os chips mais modernos. Apesar de não ser a maior parte da indústria de semicondutadores, ele é a base para a inovação.
Como as Empresas Reagiram?
As companhias afetadas por essa proibição dominam cerca de 80% do mercado chinês de EDA. Vendas para a China representavam uma fatia importante da receita para algumas delas.
A Synopsys, por exemplo, teve quase US$ 1 bilhão em vendas na China em 2024, o que era por volta de 16% de sua receita total. Após o anúncio, as ações da empresa caíram 9,6%. A Cadence também viu suas ações desvalorizarem 10,7%. A Siemens confirmou que seu setor de EDA foi notificado sobre as novas regras.
E as Consequências Disso?
Essa decisão surge em um momento delicado, com uma trégua comercial frágil entre EUA e China. Especialistas alertam que a proibição pode, paradoxalmente, impulsionar empresas chinesas que desenvolvem software EDA. As ações dessas empresas subiram mais de 10% em um dia.
Outra consequência possível é o impacto em grandes negociações. A compra da Ansys pela Synopsys, por exemplo, está sendo analisada por órgãos regulatórios e pode ser afetada por essa nova restrição.