Uma dívida de apenas R$ 3 levou uma mulher de 47 anos a ser brutalmente punida com 40 pauladas por integrantes de um tribunal do crime em Manacapuru, interior do Amazonas. O caso, ocorrido em 14 de abril, ganhou repercussão após a prisão dos suspeitos e a revelação de outros crimes graves ligados ao grupo.
Segundo a Polícia Civil do Amazonas, a vítima foi submetida à sessão de tortura após não quitar o valor restante de uma compra de drogas. Mesmo tendo pago parte da dívida, a mulher foi levada por dois homens para uma área isolada, onde recebeu dez pauladas em cada membro do corpo, totalizando 40 golpes. Ela ficou gravemente ferida e debilitada após a agressão.
Os suspeitos, identificados como Magno Welner da Silva Pereira, 22 anos, conhecido como “Alemão”, e Breno Souza dos Santos, 23 anos, possuem extensa ficha criminal. Durante as investigações, a polícia descobriu que ambos também são suspeitos de estuprar duas adolescentes, de 12 e 13 anos, e de torturar uma delas. Segundo o delegado John Castilho, do Departamento de Polícia do Interior, a adolescente de 12 anos teve o cabelo raspado e foi agredida fisicamente após ser acusada de contar sobre os abusos à esposa de um dos suspeitos.
A operação que resultou nas prisões, batizada de Abutres, foi realizada entre os dias 20 e 21 de maio, com apoio das Delegacias Interativa de Polícia e Especializada de Manacapuru. A ação integra a Operação Caminhos Seguros, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que visa combater crimes e violências contra crianças e adolescentes em todo o país.
Durante coletiva de imprensa, o diretor do Departamento de Polícia do Interior, Paulo Mavignier, destacou: “Esses crimes mereciam uma resposta da Polícia Civil, e fizemos isso de forma exemplar, trazendo uma resposta à sociedade. Nesse caso, tudo começou com uma investigação sobre uma mulher que estava sendo torturada, e terminou por revelar uma rede de abusos sexuais das duas vítimas adolescentes”.
Os suspeitos respondem por tráfico de drogas, homicídio, organização criminosa, estupro de vulnerável e tortura. Eles permanecem presos, aguardando audiência de custódia e à disposição da Justiça. As vítimas adolescentes recebem acompanhamento multidisciplinar da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEP).