O Estádio Roberto Santos, conhecido por todos como Pituaçu, está a poucos passos de voltar a vibrar com as torcidas. Você se lembra que a terceira principal praça esportiva de Salvador precisou fechar as portas? Desde novembro de 2024, o estádio passou por um extenso trabalho de melhorias e reformas para atender a importantes exigências de segurança. Mas, para a bola rolar de novo com público, ainda faltam algumas vistorias e a liberação de um alvará.
Por que Pituaçu precisou fechar?
A interdição veio após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) iniciar uma investigação no final de janeiro de 2025. O motivo? Laudos da Federação Bahiana de Futebol (FBF) apontaram diversas falhas que colocavam em risco atletas e torcedores. O que o MP identificou? A lista incluía desde a falta de um sistema adequado contra raios, algo crucial para a segurança, até problemas nos alambrados, banheiros com higiene e manutenção precárias, fiações elétricas expostas e vestiários em condições inadequadas. Tudo isso precisava ser corrigido para garantir a segurança de quem frequenta o local.
Diante desse cenário, o MP-BA fez uma série de recomendações à Sudesb, que administra o estádio. Entre as pedidas estavam a troca dos alambrados por vidro, a melhoria do sistema elétrico, a instalação de um novo projeto de proteção contra descargas elétricas e a colocação de bebedouros acessíveis. Reformas na estrutura também foram solicitadas para garantir mais acessibilidade, limpeza e, claro, segurança total. A Sudesb afirmou que todas essas recomendações foram atendidas, e o estádio já está com uma nova cara.
O que falta para a reabertura?
A Sudesb já declarou ter cumprido as exigências e agora aguarda as vistorias finais. Quais órgãos precisam dar o aval? Corpo de Bombeiros, Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (Bepe) e a Vigilância Sanitária estão na lista. A solicitação formal para essas inspeções foi feita pela Sudesb em 16 de maio. Enquanto a vistoria dos Bombeiros está prevista para esta semana, os outros órgãos ainda não confirmaram suas datas oficialmente. Além das vistorias, Pituaçu também espera a liberação de uma licença de reforma.
Esse alvará foi pedido à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) em 15 de maio. A prefeitura, procurada, informou que o processo está em análise para verificar a documentação e se o projeto segue as leis atuais. Uma nota oficial da Sedur confirmou que o pedido de licença foi protocolado e que a análise sobre a documentação e a conformidade com a legislação já começou.
Durante o tempo em que esteve fechado, o estádio não parou. A Sudesb contratou uma empresa, via licitação, para reformar toda a rede elétrica. A iluminação também foi modernizada, com a instalação de lâmpadas LED, que são mais eficientes. Outros serviços, como a manutenção das redes de dados e fibra óptica e cuidados com o gramado e a estrutura física, também foram realizados nesse período.
O histórico recente e o futuro de Pituaçu
Você talvez lembre que o uso intenso do estádio, somado às fortes chuvas em junho de 2024, prejudicou o gramado, levando a uma paralisação em outubro daquele ano. Na época, uma nova regra do Ministério do Esporte, a Portaria 55, passou a exigir alvará e impediu a presença de público, impactando os clubes financeiramente. Depois de ajustes, o público começou a voltar gradualmente em junho de 2024, na final do Baiano Sub-20. Em novembro, Pituaçu sediou a final do Baiano Feminino, o último evento antes da nova suspensão em 2025 para as grandes reformas.
Com a reabertura próxima, muitos clubes já estão de olho em Pituaçu. Times como SSA, Leônico e Ypiranga (da Baiano Série B), Jacuipense, Galícia, Estrela de Março e o próprio SSA (do Baiano Sub-20), além do Alagoinhas (do Brasileiro Feminino A3), já pediram para usar o estádio como mando de campo quando ele estiver liberado. O Esporte Clube Bahia também aguarda ansiosamente. O clube, que costuma levar suas categorias de base e o time feminino para perto da torcida em Pituaçu, precisou mandar jogos em Feira de Santana durante a interdição, o que dificultou a presença do público.
Uma gestão diferente no futuro?
Paralelamente às obras, o governo estadual discute o futuro da administração de Pituaçu. O governador Jerônimo Rodrigues comentou em fevereiro deste ano sobre a possibilidade de passar a gestão para a iniciativa privada. Duas opções estão em avaliação: uma Parceria Público-Privada (PPP) ou uma concessão convencional. Segundo o governador, o setor privado pode ter mais facilidade em promover eventos no local, citando o sucesso de shows na Arena Fonte Nova, que é gerida dessa forma.
O governador também destacou que essa mudança poderia beneficiar o futebol local. Ele mencionou que, caso o Estado tenha direito a cotas de jogos e bilheteria, o futebol baiano seria o principal ganhador. A avaliação é buscar o que é melhor para o Estado da Bahia. Enquanto o futuro da gestão é debatido, o foco imediato é a liberação do estádio para que as competições possam voltar a acontecer em seu gramado.