Uma prisão que surpreende. Uma influenciadora digital, conhecida como Arlequina PRT 01, foi capturada em Timon, Maranhão. O alvo: uma das principais articuladoras femininas do tráfico de drogas na região. O nome dela? Erika Carollyne Costa Araújo. A operação policial não parou por aí. Outras mulheres também caíram na rede. O que está por trás dessa ação inédita?
A Operação Faixa Rosa, deflagrada pelo Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), tinha um objetivo claro: desarticular uma célula feminina do crime organizado, composta por mulheres com funções estratégicas no tráfico de drogas entre Piauí e Maranhão. Erika, a Arlequina, era um dos principais alvos.
Segundo a polícia, a influenciadora não só participava do tráfico, mas também atuava no chamado “Tribunal do Crime”, estrutura interna da facção responsável por julgamentos e punições. Ela foi presa no bairro Novo Tempo, em Timon, após ter escapado de uma primeira tentativa de captura na semana anterior.
“Ela era uma das responsáveis por gerenciar a atuação dessas mulheres que integram essa célula que foi desarticulada com essa grande operação”, detalhou o delegado Charles Pessoa, coordenador do Draco, em entrevista ao Conecta Piauí.
A investigação revelou que Arlequina mantinha laços familiares com outros integrantes da facção e já tinha antecedentes por tráfico. Ela também era ativa em grupos de WhatsApp usados para coordenar ações, cadastrar membros e repassar ordens da liderança.
A lista de suspeitas não para nela. A Operação Faixa Rosa mirou 15 mulheres, das quais 12 já foram presas. Todas tinham funções específicas, como:
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Organização logística do tráfico de drogas
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Recrutamento de novas integrantes
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Suporte a ações violentas
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Aplicação de disciplina interna
“Todas elas tinham funções específicas, tanto de cooptação de novos membros, apologia, divulgação da ideologia das facções criminosas, e também gerenciar algumas ações violentas, como tráfico de entorpecentes, ações de tribunal de crime, roubos”, explicou o delegado Charles Pessoa.
Erika nasceu em Porto, interior do Piauí, e se mudou para Teresina após ser atraída por promessas da facção. Sua influência nas redes sociais era usada para ostentar uma vida de luxo e, segundo a polícia, também para atrair novas integrantes para o grupo criminoso.
A operação segue em andamento. O Draco busca capturar as últimas suspeitas e aprofundar as investigações sobre o papel das mulheres no crime organizado da região.
Com a prisão de Erika Carollyne Costa Araújo, já são 12 mulheres detidas das 15 investigadas na Operação Faixa Rosa. A ação policial segue em busca das demais suspeitas e do desmantelamento completo da célula feminina da facção criminosa nos estados do Piauí e Maranhão.