Muita emoção antes da bola rolar na tarde deste sábado. No “Jogo da Solidariedade”, que marca o retorno da Chapecoense aos gramados quase dois meses depois de o acidente aéreo que matou 71 pessoas em Medellín, em novembro do ano passado, os sobreviventes da tragédia foram homenageados no estádio da Arena Condá, onde o time catarinense jogou contra o Palmeiras.
O zagueiro Neto, o lateral Alan Ruschel e o goleiro Jackson Follmann participaram da troca de faixas entre os jogadores do Palmeiras, campeões brasileiros, e os da Chapecoense, campeões da Copa Sul-Americana. Neto e Alan Ruschel estão em processo avançado de recuperação e a expectativa é que eles voltem aos gramados até o meio da temporada. Já Follmann teve a perna direita amputada depois do acidente e teve alta provisória do hospital para participar da cerimônia. Ele foi ao evento em uma cadeira de rodas, conduzido pelo ídolo e ex-goleiro do clube Nivaldo. O atleta deve ter alta definitiva até a próxima terça-feira (24). Ele foi um dos mais aplaudidos pelos torcedores, e saiu de campo com o troféu da Sul-Americana no colo.
"Pra mim, é um pouco duro. Ainda estou internado no hospital. Participar desse evento pra mim foi uma emoção muito grande. A gente sempre estava aqui, treinando, jogando. Vir e ter uma homenagem emocionante… não tem como não ir às lágrimas. Estou feliz, me recuperando bem", disse o goleiro Follmann, com lágrimas nos olhos.
Ananias,morto no acidente aéreo em novembro de 2016
(Foto: Nelson Almeida/AFP)
O lateral Alan Ruschel, por sua vez, está focado na recuperação, mas não quer pular etapas. "Os médicos me deram seis meses (de recuperação). Entreguei nas mãos de Deus. Se tiver que ser em quatro, cinco, oito meses, está nas mãos de Deus. Não coloquei pressa". Depois, ele completou. "É um sentimento único. A gente agradece pelas palavras, pelas orações que o mundo inteiro fez pela gente. A gente só tem a agradecer a Deus, ao povo brasileiro. Hoje estamos aqui numa emoção muito grande. Vamos procurar honrar os que se foram da melhor maneira possível. Eu, Neto e Follmann nunca passamos por nada igual".
Além da troca de faixas, os familiares dos jogadores que morreram na tragédia receberam as medalhas da Copa Sul-Americana. Emocionadas, as esposas dos jogadores estiveram presente no campo de jogo. A torcida, por sua vez, não parou de cantar durante a homenagem.
