Um estudo recente realizado pela Universidade Monash, na Austrália, revelou que o uso de celulares durante a noite pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2. A pesquisa acompanhou a saúde de 85.000 indivíduos, com idades entre 40 e 69 anos, e avaliou a exposição deles à luz artificial após a meia-noite, proveniente de dispositivos como smartphones, TVs e abajures.
Os resultados, publicados na revista The Lancet Regional Health – Europe, indicam que a exposição à luz artificial noturna pode interromper o ritmo circadiano, levando a uma redução na tolerância à glicose, alterações na secreção de insulina e ganho de peso. Esses fatores, em conjunto, elevam o risco de distúrbios metabólicos, incluindo o diabetes tipo 2.
Outros estudos já haviam demonstrado que a interrupção da produção de melatonina, um hormônio regulador do sono, e a alteração do ritmo circadiano podem resultar em uma menor secreção de insulina pelo pâncreas, contribuindo para o aumento do risco da doença.
No entanto, a pesquisa apresenta algumas limitações. Fatores como os horários das refeições, que influenciam os ritmos circadianos e a tolerância à glicose, não foram considerados. Além disso, as condições socioeconômicas foram analisadas apenas a nível regional, e o estudo focou-se exclusivamente em idosos.
Os pesquisadores ressaltam a necessidade de estudos mais rigorosos para entender melhor como a luz noturna afeta a saúde metabólica. Mesmo assim, caso a relação seja comprovada, intervenções simples podem ser recomendadas para reduzir a exposição à luz artificial durante a noite.
