O Pantanal, um dos biomas mais ricos do Brasil, está passando pelo período mais seco dos últimos 40 anos, conforme um estudo divulgado recentemente. Desde 2019, a região tem enfrentado uma drástica redução na quantidade de água disponível, culminando na pior crise hídrica de sua história em 2023.
Entre janeiro e abril de 2024, a área média coberta por água foi de apenas 400 mil hectares, um valor inferior à média registrada durante a estação seca de 2023, que foi de 440 mil hectares. Este cenário alarmante ocorre apesar de estarmos no período chuvoso, que normalmente vai de outubro a abril.
Os especialistas que conduziram o estudo destacam que o Pantanal está se tornando cada vez mais seco e vulnerável, o que representa uma séria ameaça à biodiversidade local, aos recursos naturais e ao modo de vida dos habitantes da região. A continuidade de anos com poucas cheias e secas intensas pode levar a mudanças permanentes no ecossistema, afetando drasticamente a fauna e a flora, além de impactar a economia local, que depende da navegabilidade dos rios e da diversidade de espécies.
Além dos fenômenos climáticos, a crise hídrica no Pantanal é agravada por ações humanas, como a construção de barragens e estradas, o desmatamento e as queimadas. Estudos apontam que a combinação desses fatores, intensificados pelas mudanças climáticas, pode levar o bioma a um ponto irreversível, onde a capacidade de recuperação natural seria perdida, resultando na redução abrupta de espécies e outros efeitos graves.
