No último domingo, 30 de junho, o mundo celebrou o Dia Internacional do Asteroide, uma data dedicada à conscientização sobre os riscos associados a impactos de asteroides e à importância de estudá-los. Este dia é uma oportunidade para refletir sobre como podemos proteger nosso planeta e expandir nosso conhecimento sobre o Universo e a formação do Sistema Solar. Uma das missões que exemplifica essa busca por conhecimento é a OSIRIS-REx, da NASA, que teve como objetivo o estudo do asteroide Bennu.
A missão OSIRIS-REx foi lançada em setembro de 2016 e, após uma viagem de aproximadamente dois anos, chegou ao asteroide Bennu em dezembro de 2018. Bennu, descoberto em setembro de 1999, é um asteroide com cerca de 500 metros de diâmetro, considerado um dos mais perigosos para a Terra devido ao seu potencial de impacto no futuro. A órbita de Bennu é instável, variando cerca de 284 metros por ano devido ao Efeito Yarkovsky, o que pode eventualmente colocá-lo em rota de colisão com nosso planeta.
Durante sua missão, a OSIRIS-REx realizou um mapeamento detalhado da superfície de Bennu, enfrentando desafios inesperados. O asteroide revelou-se uma “pilha de escombros” com uma superfície extremamente acidentada, repleta de rochas e pedregulhos. Após meses de estudos, a equipe da missão escolheu a cratera Nightingale como o local ideal para a coleta de amostras, devido à sua relativa planície e à presença de material rico em carbono.
Em outubro de 2020, a OSIRIS-REx realizou uma manobra de descida controlada para coletar amostras de Bennu. Utilizando um braço robótico, a sonda “beijou” a superfície do asteroide, liberando um jato de nitrogênio que levantou poeira e fragmentos, que foram capturados com sucesso. Em maio de 2021, a OSIRIS-REx iniciou sua jornada de volta à Terra, trazendo consigo preciosas amostras que chegaram em setembro de 2023.
A abertura da cápsula com as amostras foi um momento de grande expectativa para a comunidade científica. As análises iniciais revelaram a presença de água, minerais raros e moléculas orgânicas complexas, incluindo aminoácidos, que são essenciais para a vida. Essas descobertas reforçam a teoria de que asteroides como Bennu podem ter trazido para a Terra os ingredientes básicos para o surgimento da vida.
Além de suas contribuições científicas, a missão OSIRIS-REx também se conecta ao movimento global de conscientização sobre asteroides. Brian May, guitarrista do Queen e cofundador do Asteroid Day, é também astrofísico e fez parte da equipe da missão. Após entregar as amostras de Bennu, a OSIRIS-REx ajustou sua trajetória para uma futura missão ao asteroide Apophis, previsto para 2029.
A missão OSIRIS-REx exemplifica a importância da ciência e da exploração espacial na compreensão dos mistérios do cosmos e na proteção do futuro da humanidade. Através do estudo de asteroides como Bennu, continuamos a desvendar os segredos da criação e a nos preparar para eventuais ameaças espaciais.
