Glioblastoma, um tipo de câncer cerebral extremamente agressivo e com poucas opções de tratamento, está sendo desafiado por novos avanços na ciência médica. Um recente ensaio clínico trouxe esperanças ao mostrar a eficácia de uma vacina de mRNA, a mesma tecnologia usada em vacinas contra a Covid-19, no combate a este terrível câncer.
Este estudo, que foi realizado com um pequeno grupo de humanos após experimentos bem-sucedidos em ratos e cães, é liderado por pesquisadores da Universidade da Flórida e seus resultados foram publicados na revista Cell. Ele recebeu aprovação da FDA, a agência reguladora de medicamentos dos EUA, para testar tanto a segurança quanto a viabilidade do tratamento em pacientes.
O procedimento envolve a extração do RNA do tumor de um paciente após a remoção cirúrgica do mesmo. Esse RNA é então amplificado e reformulado em mRNA, que é reintroduzido no corpo do paciente por meio de uma injeção. Isso estimula o sistema imunológico a atacar o câncer de forma mais eficaz.
Os resultados preliminares são promissores: a doença demorou mais a voltar nos pacientes tratados, e eles viveram mais do que o tempo médio de sobrevida, que geralmente é de apenas um ano após o diagnóstico. Apenas cerca de 5% dos pacientes com essa forma de câncer sobrevivem por mais de cinco anos.
Apesar dos resultados encorajadores, os cientistas envolvidos no estudo alertam que ainda é cedo para determinar os efeitos clínicos completos da vacina. A próxima fase do estudo, uma expansão da Fase 1, incluirá até 24 pacientes e focará em determinar a dosagem ideal e segura para uso humano. A subsequente Fase 2 incluirá 25 crianças como pacientes.
Este desenvolvimento na medicina mostra um caminho revolucionário na luta contra um dos cânceres mais mortais e reafirma o poder emergente das tecnologias de mRNA não apenas em vacinas virais, mas também no tratamento de outras doenças graves.
