Milhares de pessoas foram resgatadas de áreas inundadas no Rio Grande do Sul durante o quarto dia do que é considerado o maior desastre natural da história recente do estado. As operações de resgate concentraram-se principalmente em Canoas, Eldorado e Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre. A Defesa Civil relata que há mais de 69 mil desalojados, 74 desaparecidos e pelo menos 55 mortes confirmadas.
O impacto das enchentes foi devastador, com imóveis, infraestrutura viária e redes de energia elétrica severamente danificados. Ao longo do sábado, mais de 10 mil pessoas foram resgatadas, mas ainda havia muitas outras aguardando ajuda em cima dos telhados ao cair da noite.
Em Canoas, destacou-se o resgate de cerca de 600 pessoas em uma igreja, incluindo muitos idosos. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, descreveu a situação como “dramática” e comparou a cidade a um cenário de guerra devido ao desespero e desolação visíveis nas ruas.
Além das dificuldades físicas, o resgate foi complicado por informações falsas que circularam, incluindo rumores desmentidos sobre mortes na UTI do hospital local devido à inundação e falsos relatos de riscos elétricos na água, que interromperam temporariamente as buscas. Essas fake news, segundo o prefeito, foram um grande obstáculo para os esforços de socorro.
Enquanto isso, o governador do estado, Eduardo Leite, destacou a necessidade de um esforço conjunto para a reconstrução, comparando a situação a um “Plano Marshall” para a região, enfatizando a importância de superar a burocracia para auxiliar efetivamente os afetados pela tragédia.
No cenário federal, a resposta incluiu o envio de 29 helicópteros, quatro aeronaves, 866 viaturas e 182 embarcações, além de quase mil militares. O Ministério do Desenvolvimento Social também mobilizou a distribuição de 92 mil cestas básicas, das quais mais da metade já está sendo entregue à população atingida.
