O Grupo Casas Bahia, conhecido gigante do varejo, enfrenta um momento financeiro crítico e solicitou recuperação extrajudicial à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite de domingo, 28 de abril. A medida vem após a empresa acumular uma dívida substancial de R$ 4,1 bilhões, levando a uma renegociação de seus compromissos financeiros com os principais credores, que representam 54,5% do total de débitos.
Este acordo de renegociação oferece aos credores a possibilidade de converter 63% do valor devido em ações da empresa, proporcionando uma reestruturação no controle acionário. Além disso, o pacto inclui um período de carência de 24 meses para o pagamento de juros e 30 meses para o principal, alterando substancialmente o perfil de amortização da dívida. Com essas condições, a Casas Bahia terá que pagar apenas R$ 500 milhões até 2027, uma redução significativa comparada aos R$ 4,8 bilhões originalmente previstos.
A necessidade dessa reestruturação financeira tornou-se evidente após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2023, quando a empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 1 bilhão, uma deterioração de quatro vezes em relação ao mesmo período do ano anterior. O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também foi negativo, refletindo uma piora de 74% em comparação ao ano anterior.
Complicando ainda mais o cenário, o Grupo Casas Bahia reduziu sua presença física, fechando 17 lojas no último trimestre de 2023, elevando para 55 o total de lojas fechadas desde o início de seu processo de reestruturação. Esta reorganização estratégica indica um esforço concentrado para ajustar sua operação aos novos desafios do mercado varejista.