Curiosidades e Tecnologia
Veneno de aranha pode revolucionar tratamento do câncer de mama
Estudo na UNICAMP revela que veneno de aranha-armadeira pode retardar progressão de câncer de mama, oferecendo nova esperança no tratamento.
O câncer de mama é uma preocupação crescente no Brasil, com uma estimativa de até 73,61 mil novos casos nos próximos anos. Em resposta a isso, cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estão explorando tratamentos inovadores.
Uma pesquisa fascinante liderada por Ingrid Trevisan, na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, apontou para uma fonte inesperada de tratamento: o veneno da aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer). O estudo mostra que, quando combinado com quimioterápicos, esse veneno pode retardar a progressão do câncer de mama.
Veneno com potencial terapêutico
A pesquisa começou quando Trevisan, ainda em sua pós-graduação, se interessou pelas propriedades desse veneno, conhecido por seus efeitos neurotóxicos em suas presas. Este interesse levou a investigar mais a fundo o veneno, primeiro em gliomas (um tipo de tumor do sistema nervoso) e, em seguida, em células tumorais caninas e humanas.
Os resultados dos testes iniciais foram promissores, mostrando que certos componentes do veneno atacam diretamente as células do tumor, ajudando a retardar a metástase. Além disso, outro componente parece modular o sistema imunológico, criando uma resposta mais equilibrada.
Avanços e resultados dos testes
Em testes laboratoriais com camundongos, a aplicação desses componentes reduziu o crescimento dos tumores em até 30%. Mais importante ainda, a combinação do veneno com quimioterapia resultou em uma melhora significativa no bem-estar dos animais, reduzindo os efeitos colaterais comuns da quimioterapia tradicional.
A coordenadora do projeto, professora Catarina Raposo, ressaltou a importância desses achados. Segundo ela, essas descobertas podem abrir novas portas para tratamentos menos tóxicos e mais eficazes contra o câncer de mama.
Os pesquisadores continuam dedicados a avançar com suas descobertas, na esperança de eventualmente levar essa nova abordagem para aplicações clínicas. A pesquisa ainda está em andamento, mas já lança uma luz de esperança sobre as possibilidades de novas formas de combater essa doença devastadora.
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