O antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, enfrentará julgamento após ter seu recurso rejeitado por um tribunal. A Audiência Nacional decidiu que existem indícios suficientes para enquadrar seu ato em um “crime contra a liberdade sexual e outro de coerção”, conforme relatado em uma nota da justiça de Madri.
Esse desdobramento legal ocorreu depois de um incidente em 20 de agosto, quando Rubiales beijou Jenni Hermoso, jogadora da seleção espanhola, sem seu consentimento, diante das câmeras durante a celebração do título na final da Copa do Mundo feminina, em Sydney. Esse ato gerou grande repercussão e condenação pública tanto na Espanha quanto internacionalmente, culminando na renúncia de Rubiales ao cargo em setembro.
A Promotoria pediu uma pena de 2,5 anos de prisão para Rubiales, acusando-o de agressão sexual pelo beijo e de coerção por pressionar Hermoso a endossar publicamente o incidente. Além disso, solicitou que, após a pena, ele cumpra dois anos de liberdade vigiada, seja proibido de comunicar-se ou aproximar-se de Hermoso por quatro anos, e pague uma indenização de 50.000 euros à atleta.
A recusa de recursos feita pela mesma jurisdição também afeta outras figuras relacionadas ao caso, como Jorge Vilda, ex-treinador feminino, e dois ex-dirigentes da Federação, todos acusados de coerção contra Hermoso. Com isso, eles igualmente enfrentarão julgamento. A data dos julgamentos ainda não foi anunciada.
Este caso reforça as mudanças recentes no Código Penal espanhol, que agora considera um beijo não consensual como agressão sexual, uma medida que visa aumentar a proteção contra todos os tipos de violência sexual.
