Com mais de 2 milhões de casos de dengue e nove estados em estado de emergência, o Brasil está em busca urgente de soluções para combater o Aedes aegypti, o temido mosquito transmissor da doença. Uma solução doméstica comum pode ter a resposta: a água sanitária.
Cientistas se perguntam: será que a água sanitária realmente pode ajudar? Um estudo recente trouxe luz a essa questão. Realizado pelo Laboratório de Radiobiologia e Ambiente do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena-USP), junto à Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), essa pesquisa revelou que sim, a água sanitária pode ser uma aliada contra o Aedes aegypti, mas com uma pegadinha.
O segredo está na dose certa. O estudo identificou a quantidade ideal de hipoclorito de sódio – o componente ativo da água sanitária – necessário para combater o mosquito eficazmente. No entanto, há algumas considerações importantes:
- A água tratada com água sanitária precisa receber nova aplicação a cada cinco dias, pois a eficácia do produto diminui com o tempo.
- O cloro não garante a eliminação de 100% dos mosquitos, o que talvez exija ajustes na concentração ou até a troca do produto usado.
- O uso do cloro pode ter impactos negativos no meio ambiente, o que demanda cautela e responsabilidade na sua aplicação.
Além do uso da água sanitária, o laboratório da Cena-USP está explorando métodos biológicos inovadores, como a liberação de mosquitos estéreis e os “mosquitos do bem”, que não transmitem a doença, para reduzir tanto a população dos mosquitos selvagens quanto a transmissão do vírus da dengue.
Essas descobertas representam um avanço importante na luta contra a dengue, oferecendo aos brasileiros mais uma ferramenta no combate a este vetor. Embora a água sanitária apresente limitações, o uso adequado e responsável pode contribuir significativamente para a diminuição dos riscos associados ao Aedes aegypti.
