Ultimamente, muito se tem falado sobre os benefícios do jejum intermitente para a saúde, especialmente para o cérebro. Essa tendência, até respaldada por estudos e adotada por personalidades famosas, ganhou notoriedade. Porém, uma recente pesquisa traz à luz uma preocupação considerável a respeito dessa prática.
O estudo em questão foca em uma modalidade específica de jejum, conhecida como TRE (alimentação com restrição de tempo). Esta forma se destaca por limitar o consumo de alimentos a um período de 8 horas ou menos por dia, seguido de um jejum de 16 horas ou mais. As descobertas apresentadas são alarmantes: essa prática poderia aumentar o risco de morte precoce por doenças ligadas ao coração, ao cérebro e até ao câncer.
Os achados foram divulgados nas Sessões Científicas EPI|Lifestyle 2024 da American Heart Association. A base para essa conclusão veio de uma análise detalhada de dados de aproximadamente 20.000 adultos nos Estados Unidos, recolhidos entre 2003 e 2018 através do Inquérito Nacional de Exame de Saúde e Nutrição, além de registros do Índice Nacional de Morte do CDC.
O Que Dizem os Especialistas?
De acordo com Victor Zhong, do estudo da Universidade Jiao Tong de Xangai, enquanto muitos destacam os benefícios a curto prazo do jejum intermitente, a verdadeira extensão dos efeitos dessa prática pode não ser tão promissora quanto se pensava. Ele sugere que escolher alimentos saudáveis pode ser uma abordagem mais eficaz que se focar exclusivamente no timing das refeições.
É crucial entender que, embora a pesquisa indique uma associação entre o TRE e um aumento nas taxas de mortalidade por algumas doenças, não estabelece uma causalidade direta. Ainda estão sendo investigados os mecanismos precisos pelos quais o TRE poderia impactar negativamente a longevidade.
Assim sendo, Zhong aconselha precaução. Antes de iniciar um regime de jejum intermitente, é recomendado uma avaliação individualizada, considerando a situação e necessidades de saúde específicas de cada pessoa. Esta abordagem cuidadosa pode evitar riscos não intencionais à saúde, fazendo do jejum uma prática segura e benéfica.
