A noite de quinta-feira testemunhou um espetáculo celestial graças à imensa mancha solar AR3590, que desencadeou uma erupção solar de classe X6.37. Esta foi categorizada como a mais poderosa do atual Ciclo Solar 25, que teve início em 2019. A magnitude deste fenômeno foi precedida por duas outras erupções menores, mas ainda significativas, na mesma mancha solar, marcando um episódio de atividade solar excepcionalmente intensa.
Para apreciarmos a escala destes eventos, é fundamental entender que o Sol opera em um ciclo de atividade de aproximadamente 11 anos, marcado por períodos de aumento e diminuição da atividade magnética. Durante o pico desses ciclos, a superfície solar é pontilhada por manchas solares, zonas magnetizadas que podem gerar explosões solares e emissões de plasma. Essas emissões são conhecidas como ejeções de massa coronal (CME), e podem lançar partículas carregadas em altíssimas velocidades pelo espaço. Os clarões solares, como os observados, são classificados em uma escala que vai de A até X, esta última representando os eventos de maior intensidade.
AR3590 não é uma mancha comum. Sua expansão foi tão rápida que já alcança o comprimento equivalente a oito Terras alinhadas. Localizada em uma posição privilegiada, essa formação tem potencial para direcionar CMEs em nossa direção, o que poderia resultar em magníficas auroras nos polos terrestres.
O espetáculo não se restringe ao ambiente espacial. Aqui na Terra, observadores do céu tiveram a rara oportunidade de vislumbrar essa gigantesca mancha solar sem a necessidade de equipamentos especializados, devido ao seu tamanho colossal. As imagens capturadas por entusiastas de vários pontos do globo, incluindo perspectivas deslumbrantes do pôr do sol em Veneza, cenas da costa da Flórida e o amanhecer em Nova York, mostram a grandiosidade de AR3590. Em um relato envolvente, um fotógrafo no Canadá conseguiu capturar a mancha solar através da névoa, sem uso de filtros solares.
Estas observações servem como lembretes poderosos da dinâmica do nosso universo e da estreita relação entre atividades solares e suas manifestações visíveis daqui da Terra. Enquanto cientistas e astrônomos analisam os dados coletados desses eventos, o público pode apreciar a beleza e a força da natureza espacial através dessas impressionantes imagens compartilhadas nas redes sociais.
