Brasília, 9 de junho de 2023 – Em um ato sem precedentes na história política recente, deputados pertencentes à base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinaram um pedido de impeachment contra o chefe de estado. Esses parlamentares, membros de partidos que controlam oito ministérios no governo atual, indicaram uma potencial crise de governabilidade.
Participação inesperada de deputados da Base Governista
No mais recente pedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados, a presença de assinaturas de parlamentares do MDB, PSD e União Brasil causa surpresa. As legendas estão à frente de oito ministérios na administração do petista. O MDB responde pelos ministérios dos Transportes, Planejamento e Cidades. Já o PSD lidera Agricultura e Pecuária, Pesca, e Minas e Energia. O União Brasil comanda os ministérios do Turismo e das Comunicações.
Delegado Palumbo (MDB-SP) e Thiago Flores (MDB-RO) assinaram o pedido de impeachment. No PSD, foi Sargento Fahur (PR) quem aderiu à iniciativa. Pelo União Brasil, Rodrigo Valadares (SE) manifestou apoio à abertura do processo de afastamento de Lula.
A participação desses deputados da base governista demonstra um inédito distanciamento entre o Planalto e seus aliados, que pode significar dificuldades para o governo no Congresso.
Ampliação do apoio ao impeachment
Ao todo, o pedido de impeachment conta com a assinatura de 48 deputados, representando oito partidos: PL, PP, PSD, Novo, Republicanos, MDB, Podemos e PSDB. Este grupo reúne não apenas parlamentares da oposição, mas também do núcleo de apoio ao governo.
O caminho para a instauração de um processo de impeachment na Câmara dos Deputados requer a iniciativa do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Ele ainda não se manifestou sobre o pedido.
Embora este seja apenas o primeiro passo no longo processo de impeachment, a iniciativa adquiriu relevância pelo inesperado apoio de membros da própria base governista. Isso pode sinalizar um período de instabilidade para a gestão Lula, agravada pelo clima de incerteza política.
O futuro da Governabilidade
Este pedido de impeachment, apoiado por parlamentares da base aliada do governo, gera questionamentos sobre a capacidade do presidente Lula em manter a estabilidade de sua administração. A resposta de Arthur Lira, presidente da Câmara, sobre o início do processo de impeachment, será decisiva para o futuro da gestão do petista. Enquanto isso, o país aguarda e a incerteza política continua a gerar tensões em Brasília.
