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Gari acha R$ 700 e devolve a idosa que usaria dinheiro para pagar aluguel

Avatar De Chicosabetudo

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Um gari que fazia coleta de lixo achou R$ 700 de uma idosa que saía para pagar o aluguel da filha em Realengo, na Zona Oeste do Rio, nesta terça-feira (27). O funcionário da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) devolveu o dinheiro da senhora e seu gesto repercutiu nas redes sociais.

Leandro de Carvalho Silva, 31 anos, trabalha há 10 anos na Comlurb e diz que dona Maria Eli da Silva Rodrigues, de 72 anos, é conhecida no bairro, onde ele também mora. Ela saía para pagar o aluguel da filha e foi colocar o dinheiro no bolso, mas a blusa estava por cima e o bolo de cédulas dobradas caíram no chão. Instantes depois o gari passou recolhendo o lixo, por volta das 9h, e achou o dinheiro na Travessa Piraquara com Rua D, mas ficou sem saber de quem seria.

“Eu não sei quem tinha deixado cair e tinha muita gente ao redor. Não tinha como perguntar para qualquer um, pois alguém poderia dizer que era o dono e não ser. Perguntei para duas pessoas se tinham ‘algum dinheiro no bolso’, um disse que não e outro falou que estava com R$ 20 e questionou a pergunta, aí mostrei que tinha achado R$ 700”, conta Leandro. Ambos lembraram que a idosa tinha subido a rua, mas retornado pouco tempo depois para casa.

“Eu fui na casa da ‘vó’, como costumamos chamá-la aqui na rua, e perguntei: ‘vó, a senhora perdeu algo?’. Ela disse: ‘meu filho, perdi R$ 700’. Falei que ela não tinha perdido e sim encontrado. Ela estava nervosa, quase chorou quando contei que tinha achado”, narra o gari, dizendo que a idosa já estava com a pressão arterial alterada por conta do incidente.

“Ela ficou muito agradecida, disse que ‘Deus me colocou ali’. Nunca pensei que acharia tão rapidamente o dono do dinheiro. Como trabalhamos diariamente nessa região, ela sempre está dando um cafezinho para a gente, um pão, um bolo”. 

Leandro vive de aluguel e disse saber da dificuldade que é quitar mensalmente o dinheiro do imóvel onde mora no mesmo bairro com a mulher e duas filhas, uma de cinco anos e outra de quatro meses. “Também pago aluguel, não gostaria de perder esse dinheiro. Você dorme pensando no aluguel, paga e mês que vem já está devendo novamente”, explicou, dizendo que luta para comprar uma casa própria.

O funcionário da Comlurb falou que é comum achar coisas perdidas nas ruas. Ele reforça que nunca fica com o que não é seu e faz de tudo para achar o dono. “O que é meu, é meu, o que não é tenho que entregar. Gosto de conquistar minhas coisas com suor, com fruto do meu trabalho. E a vida está muito difícil, imagina se não devolvem o dinheiro dela? Quem tem R$ 700 em pleno dia 27? Deus vai agradecer isso que eu fiz, pois foi de bom coração. Ficou feliz de fazer o bem”, disse.

Leandro tenta transmitir gestos como este com a idosa para a filha mais velha, de 5 anos. “Eu quero que ela cresça e se espelhe nisso, no que eu faço de bom. Seja uma pessoa responsável, trabalhadora, que respeite as pessoas. Sempre transmitir o bem, pois você recebe de volta”, concluiu. A postagem da página Padre Miguel News, que divulgou a história, teve mais de 10 mil curtidas, dois mil comentários e 1,4 mil compartilhamentos.

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