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Desabafo: Sofri violência obstétrica e fui mais uma vítima de negligência médica no Hospital Nair de Paulo Afonso

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Gostaria de saber a possibilidade da equipe Chico Sabe Tudo me ajudar na publicação do relato de meu parto.

Sofri violência obstétrica e fui mais uma vítima de negligência médica.

Em meu relato, que segue no anexo, conto o que aconteceu:

No dia 11/11/2017 minha bolsa rompeu às 3h30min.
Aguardei até 8h e fui a maternidade do hospital Nair Alves de Souza em Paulo Afonso-BA.
Chegando lá, o médico me examinou e pediu para eu aguardar em casa as contrações, mesmo
sabendo que a cada dor que eu sentia, perdia líquido amniótico, o que pode causar uma infecção fetal.
Também, não me garantiu vitalidade fetal.
Retornei a maternidade às 17:30h. O médico fez pouco caso, mas me internou porque, segundo ele,
“já era a segunda vez que eu tinha ido lá”. Pediram para minha mãe, minha acompanhante, ir embora
e aguardar notícias, mesmo sabendo que, conforme a Lei nº 11.108 de 07/04/2005, eu tinha direito a
acompanhante no âmbito do SUS.
Começaram a induzir meu parto com comprimidos. Começaram as contrações. A cada dor, eu perdia
mais líquido. Meu bebê estava ficando cada vez mais sufocado. A equipe de enfermagem, que fica
fora da sala, só me atendia quando era solicitada e na segunda vez que eu chamava, mesmo com
tantas dores, eu precisava me deslocar até a recepção. Eu pedi “me ajuda a tomar um banho quente!”,
a auxiliar de enfermagem, debochando disse: “Mãezinha, pra tomar banho não precisa de ajuda!”.
Durante uma contração, deixei o absorvente cair, em resposta, ela me disse que eu tinha que segurá-
lo. Certamente porque não poderia ter o trabalho de chamar alguém da limpeza. Na indução dos
comprimidos, senti dor, até porque é um local sensível, a enfermeira disse: “Você sabe que seu filho
vai sair por aí, não é?”. Acredito que a questão da humanização deveria ser bem trabalhada nos
profissionais da saúde. E o trabalho por amor é mais gratificante que o trabalho por dinheiro, com
tantos trabalhos, é interessante buscar um onde o bem-estar vem acima do salário mensal.
Enfim começou a dilatação. De 1cm e evoluiu até 8cm. Uma auxiliar de enfermagem começou a me
ajudar na expulsão do bebê. Até o ponto que conheço, sem desmerecer a auxiliar de enfermagem,
ela não poderia fazer isso sozinha, conforme descrito no Parecer Coren – BA Nº 022/214.
E o médico onde estava?
Confesso que não o vi mais desde minha internação. Deste modo, não posso aqui imaginar onde
estava presente.
Mas, bendito é Deus sobre todas as coisas!
Surgiu um enfermeiro, calmo e paciente, que no auge de minha dor e sofrimento, me ajudou – me
disse, posteriormente, uma enfermeira, que ele não fez mais do que a obrigação dele. Porém, para
mim, ele foi muito mais competente do que as palavras dela e o suposto médico que “me abandonou”.
Esse enfermeiro chamou ligeiramente um outro médico do plantão, que, abençoado, viu que eu não
tinha condições de ter um parto normal. Reuniu ligeiramente a equipe médica e em minutos meu bebê
nasceu por meio de uma cesariana, isso, às 23h24min, depois de 8h de perca de líquido e muito
sofrimento. Com tanto sofrimento, sem força, com medo, assustada… eu ainda ouvi: “Vou tentar salvar
a vida desse bebê, não sei consigo”. Sabe aquela dor física? Passou. A dor emocional foi capaz de
superá-la.
Quando ouvi o chorinho, fraco e angustiante de meu bebê, a paz retornou. Mas começou um novo
processo de sofrimento: ele foi direto para a incubadora, roxinho e fraco.
Fiquei 20h sem vê-lo, para mim, uma eternidade. Quando o vi, me desesperei. O coração de mãe
ficou em pedaços ao vê-lo naquela situação. Mas suportei. Meu bebê é forte. Ele saiu daquela situação
que aconteceu por NEGLIGÊNCIA MÉDICA.
Esse é apenas o meu relato, mas tem muitas mães na mesma situação em Paulo Afonso. Eu tive o
meu presente e quem perde?
Sou Michele, meu bebê nasceu no dia 11 de novembro de 2017

 

 

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